Por CBTM
"É um momento histórico", derramou-se Paul Seiler, diretor da liga de beisebol amador dos EUA, para anunciar a retomada, após 16 anos de hiato, de uma série de jogos amistosos entre as seleções cubana e americana do esporte, paixão comum dos países inimigos há décadas.
A contraparte cubana, ao lado de Seiler em Havana, era Antonio Castro, 41, um dos filhos de Fidel.
Antonio, dono do mesmo nariz romano do pai, é médico ortopedista da seleção de beisebol cubana e um dos vice-presidentes da federação local, além de dirigente da associação mundial do esporte. "É muito positivo recuperar esses encontros. Esse passo é só o começo", disse.
A presença de um representante do clã Castro -um dos mais conhecidos entre os filhos low-profile do ex-ditador- e o entusiasmo do americano poderiam elevar a retomada dos jogos ao patamar de "diplomacia do beisebol"?
A pergunta remete ao mais famoso caso de aproximação entre inimigos via esporte: a chamada "diplomacia do pingue-pongue", entre China e EUA, há 41 anos.
A visita da seleção americana de tênis de mesa a Pequim em 1971, a primeira oficial desde 1949, foi o abre-alas para a visita do presidente americano Richard Nixon no ano seguinte.
As partidas amistosas de beisebol entre americanos e cubanos haviam sido interrompidas em 1996, pouco após os cubanos abaterem dois aviões pilotados por ativistas anti-Castro que teriam invadido o espaço aéreo da ilha. Meses depois, a gestão Clinton endureceria o embargo contra Cuba.
A retomada ocorre num momento de moderada distensão, pois o governo Obama afrouxou restrições para viagens de cubanos à ilha, facilitou voos e remessas.
A seleção americana chega a Havana em 4 de julho, dia da independência dos EUA. Os cinco jogos de volta serão em 2013.