Por CBTM
A agilidade com a raquete pode não ser a mesma, mas a concentração para acertar a bolinha, que chega a alcançar mais de 100 km/h, é maior que o normal.
Sem poder contar com a força e o equilíbrio das pernas, a cadeira de rodas entra em cena junto aos atletas Paralímpicos de tênis de mesa, Ecildo Lopes e Albino Oliveira, as duas maiores forças desse esporte na região Norte e Nordeste.
Chegando a treinar mais de cinco horas por dia, a dupla potiguar se prepara para participar da Copa do Brasil de tênis de mesa Paralímpico, que começa no próximo dia 9 de julho, em Goiânia.
Campeonato reunirá mais de 60 competidores de todo o país e valerá como seletiva para o Parapanamericano que será disputado em outubro na Venezuela.
Além dos tenistas norte-rio-grandenses, mais de 60 competidores participam do campeonato, que vale como seletiva para o Parapanamericano na Venezuela, em outubro.
--- O nosso treinamento tem sido bastante puxado. Pela manhã eu treino com atletas deficientes e de noite com atletas normais --- informa Ecildo Lopes, medalhista em várias competições, como o Parapan do Rio de Janeiro em 2007.
Se considerando menos experiente do que Ecildo, Albino Oliveira diz que tem se preparado forte, porém, segue para Goiânia com cautela.
--- Não quero ser ingênuo e já ir pensando que vou vencer. O nível dos atletas na nossa categoria (C4 - cadeirantes sem os membros inferiores) é muito alto. São tenistas muito experientes ---reforça Albino.
Em comparação ao tenis de mesa convencional, uma diferença apenas. O saque inicial deve ser feito da linha de fundo.
--- O resto é 99,9% igual --- ensina Ecildo.
Diferente mesmo são as cadeiras de rodas, geralmente feitas sob medida para os atletas.
--- Essas cadeiras permitem uma aproximação maior com a mesa e são praticamente anti-tombo --- explica Albino Oliveira.
Vencedores
Com pouco mais dez anos convivendo com mesas, raquetes e bolinhas, a dupla tem um histórico semelhante. Ambos sofreram acidentes de automóvel e encontraram no esporte uma forma de se manterem ocupados.
--- Para mim é um complemento da vida, me sinto realizado nesse ambiente do esporte", relata Lopes. Há trinta anos se locomovendo com a cadeira de rodas, Albino já praticou basquete para cadeirantes, natação, mas foi no tênis de mesa onde se deparou com sua vocação.
--- O esporte tem me proporcionado muita coisa boa, sempre viajamos pelo mundo e é uma maneira de nos sentirmos vivos --- complementa o atleta.