Por CBTM
Superar. Esta foi a missão de Bruna Costa Alexandre desde os primeiros meses de vida. A mesatenista da FME de Criciúma, hoje com 14 anos, conquistou títulos e a admiração de muitos torcedores, até mesmo daqueles que pouco se identificam com a modalidade ou com o esporte. Simpatia facilmente compreensível, além do sorriso sempre estampado no rosto, a menina é um exemplo de determinação, esforço, trabalho e persistência. A história de batalha de Bruninha, como é chamada e como tatuou em seu antebraço, é marcada logo aos seis meses. Ela foi fazer uma vacina, comum a todas as crianças nesta idade, e acabou sendo vítima, segundo ela, de uma falha médica. "O médico errou ao aplicar a vacina e deu trombose. Tive que amputar", contou. Desde então, ela ficou sem o braço direito. O que para muitos seria o fim, para ela foi o começo. Apenas com o braço esquerdo, embora ainda no início da carreira, é que ela se tornou uma vitoriosa. Com pouco mais de um ano de treinamento, ela superou as expectativas dela e do técnico da FME, Alexandre Ghizi. Dona de um talento extra, aliado a muita disciplina e trabalho, ela compete em duas categorias: na "convencional" e na de para-atletas, de onde trouxe resultados inesperados e fez de 2009 um ano de conquistas. Nesta temporada, ela ganhou: todas as etapas do estadual Paralímpico, campeã da Copa Brasil, três medalhas de ouro no Parapan Juvenil, em Bogotá, na Colômbia, campeã Escolar Paraolímpica, em Brasília, uma medalha de bronze e uma de prata no Mundial Paralímpico, além de duas etapas do Rating "A", onde competiu pelo estadual adulto convencional. A atleta encerra o ano como terceira colocada no ranking infantil "convecional". "O que ajudou ela a ter resultados fortes é que ela treina e compete no convencional", comentou o técnico Alexandre Ghizi. O acaso levou Bruninha a se dedicar ao esporte. "Meu irmão fazia a escolinha de tênis no bairro, e um dia fui buscar ele e o Alexandre me convidou para fazer a escolinha também", relembrou a mesatenista. Contudo, devido ao seu destaque na modalidade, ela passou a integrar a equipe principal de treinamentos da FME no ano passado. De lá pra cá ela veio rendendo o inesperado, surpreendendo, passou a conquistar a confiança da Fundação. Na modalidade paraolímpica ela passou a competir somente a partir de junho deste ano. "Além de exigir muito, é muito caro e longe. Só a levamos quando sentimos que tinha chances de competir de igual para igual. Foi rápida e inesperada a evolução dela. Ela tem um talento diferenciado", afirmou Ghizi. Escola e treino A rotina diária de Bruninha é divida entre as aulas na escola Arruda Ramos, onde frequenta a 8ª série, e os treinamentos diários, que não baixam de quatro horas. "É puxado, mas a escola também ajuda, me deixando fazer trabalhos e provas depois", salientou. O calendário escolar, assim como o esportivo, dela ainda não encerrou. Por enquanto ela faz trabalhos regenerativos para participar do Brasileiro de Seleções, que acontece de 13 a 20 deste mês. Neste campeonato ela competirá tanto na categoria convencional quanto na paraolímipica. Nesta segunda-feira ela viaja até o Rio de Janeiro, onde será homenageada pelo Instituto Superar, que é ligado ao Comitê Paralímpico Brasileiro. Atleta principal do tênis de mesa da FME de Criciúma na Olesc, os planos para 2010 estão focados na preparação para a Olesc, além da manutenção na Seleção Paraolímpica. Sem idade ainda para entrar em outras competições, como o Jasc, Bruninha contempla a preparação para um sonho ainda maior. "Quero participar das Paraolimpíadas em 2016".