Notícia

FLA NÃO PODE RECEBER VERBA PÚBLICA

Por CBTM

09/02/2009 17h03


Economista com MBA em seguros e marketing, o gaúcho Marcus Vinícius Freire, de 46 anos, ex-jogador de vôlei, prata nas Olimpíadas de Los Angeles1984, trocou, há três meses, o mercado financeiro pela superintendência executiva de Esportes do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Lá, tem implantado métodos administrativos aprendidos em bancos e seguradoras.

Há 90 dias no cargo, chefe de missão em três Olimpíadas e em três Jogos Pan-Americanos, ele está no meio de uma crise sem precedentes, em que clubes formadores de atletas vêm reivindicando parte dos recursos da Lei Agnelo-Piva. Segundo o dirigente, os clubes têm de deixar de buscar recursos numa lei já promulgada, para se regularizar, obter certidões negativas de débito e assim, poder buscar outros recursos na Lei de Incentivos Fiscais.

TRABALHO NO COB: --- Juntamos as áreas de Esportes: a de Iniciação, Fomento e Eventos, cujo gerente é Edgar Hubner, que cuida das Olimpíadas Escolares e Universitárias. A segunda área é a de Desenvolvimento Esportivo, cujo gerente é Agberto Guimarães, do atletismo, que cuida de conteúdo, ciência do esporte, Centro Olímpico de Detecção e Desenvolvimento de Talentos (CODT), no Maria Lenk e Velódromo, com Tênis de Mesa, natação, judô, taekwondo, lutas, levantamento de peso, saltos ornamentais, ciclismo, nado sincronizado e badminton, e futuramente, Paralímpicos.

 

Ele faz o relacionamento com outros comitês nacionais e com o Comitê Olímpico Internacional (COI). Nos dias 6 e 7 de março, o COB fará no Rio seminário internacional, e na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), haverá o Instituto Olímpico Brasileiro, com centro de formação de treinadores, que não vai ser como o de Curitiba, para ginastas, embora atletas possam treinar lá. A terceira área, de José Roberto Perilier, a de Alto Rendimento, se liga às confederações.

 MUDANÇA DE ESTILO: --- As áreas tinham pouca interlocução uma com a outra. Agora, todas estão no andar térreo, todos no mesmo salão. É primordial os gerentes de área conversarem todos os dias.

PLANEJAMENTO: --- Temos uma empresa fazendo perfil dos gerentes e contatamos o professor Vicente Falconi, fundador do Instituto Nacional de Desenvolvimento Gerencial (INDG). Ele desenha sua meta principal, faz o diagnóstico de onde você está e vê o que influencia os processos para chegar lá e como controlar os passos.

DIFICULDADES: --- Primeira e maior foi a do novo processo na distribuição das verbas da Lei AgneloPiva. Antes, era feita por consenso interno. Fizemos, 40 dias antes, um estudo e conversamos com as confederações, com base na meritocracia.

Quando anunciamos a distribuição, foi um momento tenso.

Feito isso, foram três audiências públicas no Congresso Federal. Não foi fácil, mas tivemos oportunidade de explicar como foi o resultado na China, como usamos o dinheiro e como nos planejamos. A terceira foi a de negociar e publicar metas. Vamos divulgá-las, acompanhá-las e reavaliá-las. Quando dirigentes punham as metas para baixo, eu dizia: --- Meta baixa, dinheiro baixo.

 

CONSELHO DE CLUBES: ---Nunca declaramos que os clubes eram secundários.

Nossa afirmação é de que os clubes são, sim, formadores de atletas. Eu sou prova disso (jogou em clubes no país e na Itália). Comecei na escola, mas no Brasil o sistema é clubista. O clube é formador e tem o direito de buscar novas fontes de receitas. A gente só não concorda em ele ir buscar numa lei pela qual lutamos durante 15 anos. Quando ela foi criada, eles não estavam conosco. Se eles estivessem (com o COB) lá atrás, a lei teria sido feita de forma diferente. Ela não é decreto-lei, como eles têm dito.

Esta é a de Incentivo Fiscal. A Lei Agnelo-Piva foi votada no Congresso.

Nossa divergência é que temos uma lei, fazendo muito bem o seu papel, promulgada em 2001. Usada a partir de 2002, ela fez o primeiro ciclo completo de 2005 a 2008. Ela foi feita para COB e Comitê Paralímpico.

Esta lei não pode pagar atleta, e quem não tiver certidões negativas de débitos não vai receber um centavo, de lei alguma. É uma pizza já distribuída entre as confederações, e para se tirar um pedaço dessa pizza, alguém não vai receber.

Fica menos dinheiro. Estamos tentando explicar aos clubes e podemos conversar mais. É muito melhor, e foi feita uma Lei de Incentivo Fiscal, para o COB, confederação, federação, clube, associação sem fins lucrativos, institutos sócio-esportivos.

Quando você tenta redividir esse dinheiro, uma dessas ações não vai ser feita. Por isso, insistimos que os clubes busquem a nova lei. Nada melhor que a Lei de Incentivo. Minas e Pinheiros captaram, em 2008, mais que nós. São exemplos. Não entendemos a revolta com o COB.

CRÍTICAS DE MÁRCIO BRAGA: ---O Flamengo não pode receber verbas públicas (por não ter as certidões negativas de débitos). O COB sofre o controle de TCU, TCE, TCM, Controladoria Geral da União, item por item. As ações do COB, como importação de material, viagens, centros de treinamento, ele (Márcio Braga, que acusou o COB de gastar uma fortuna em administração) chama de ações administrativas. Ele tem o direito de vir aqui ou acessar o site ou ir a qualquer tribunal de contas e ver as ações. Se acha que a aclimatação na China é despesa administrativa, meu mestrado não vale mais nada.

AUTÓDROMO: --- Na área do Autódromo, estamos captando R$ 14 milhões para o Maria Lenk, Velódromo e Centro de Ciência do Esporte.

Queremos aproximar a pesquisa da prática. A ideia é uni-las, como na Austrália, EUA, China, GrãBretanha, Alemanha e Canadá.

 

MEDALHAS: --- Algumas confederações jamais haviam pensado em planejar para quatro ou oito anos. Em 2016, se o Rio for a sede olímpica, as metas serão agressivas.

RIO 2016: --- Estou otimista. O Brasil é forte candidato. Chicago não precisa dos Jogos para ser o que é. Está pronta. Faria um evento, e passou, passou. No Brasil, seria algo lembrado por 500 anos. Nos EUA, seria mais um. Para nós, seria o primeiro evento deste tipo na América do Sul para 40 milhões de crianças.

COPA DE 2014: --- Tudo que for feito para a Copa de 2014 prepara para 2016. Já houve Copas e Olimpíadas em seguida, no México, em 1968 (Olimpíadas) e 1970 (Copa); Alemanha, em 1972 (Olimpíadas) e 1974 (Copa); e EUA, em 1994 (Copa) e 1996 (Olimpíadas). Os investimentos em segurança, aeroporto e transporte valem para ambas. O Rio não tem o volume de turistas que merecia ter.

 

PRESIDENTE DO COB: --- Não tenho perfil. O meu perfil é de um executivo.

A presidência é cargo político.

Você tem de ser eleito. Não tenho a experiência de ter passado por federações. O COB está mostrando um modelo de administração esportiva, com superintendente remunerado.

Espero que confederações, federações e clubes sigam tal caminho.

 

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