Por CBTM
O problema central para um atleta que perdeu um dos membros é o equilíbrio, dizem especialistas. "Quando falta um segmento, a massa daquele membro que está ausente faz falta", explica Ricardo Leite de Barros, professor de biomecânica da Unicamp. O especialista utiliza o dia a dia para exemplificar a importância dos membros no equilíbrio.
"Quando você se desequilibra, instintivamente procura restabelecer a posição normal com movimentos dos braços."
A maneira de compensar, orienta Barros, é imprimir mais velocidade no braço ou adotar maior rotação de tronco com ajuda do braço ou da perna.
O técnico de Bruna Costa, Alexandre Ghizi, concorda que tiveram de haver adaptações pela falta do braço oposto (aquele que não segura a raquete).
"Quando o atleta faz o movimento de volta com o corpo, o braço ajuda no equilíbrio. No caso da Bruna, tivemos de compensar com um pouco de força a mais nas pernas", diz. "Nós também trabalhamos a faixa abdominal. Concentramos o equilíbrio do corpo no abdome."
Outro especialista, Julio Serrão, coordenador do Laboratório de Biomecânica da Escola de Educação Física e Esporte da USP, aponta que o fato de que, por o trauma ter ocorrido cedo, as consequências devem ter sido ínfimas em seu desenvolvimento. "Provavelmente, quando aprendeu a se movimentar automaticamente, ela já se adequou."
"É bem diferente de um atleta que sofre o mesmo trauma na idade adulta". A teoria de Serrão é confirmada pelo treinador. "A Bruna desenvolveu (as adaptações) para o jogo praticamente sozinha e de uma forma bem rápida" afirma Ghizi.
Fonte: Eduardo Ohata - Folha de S. Paulo