Por CBTM
A final Junior de duplas, realizada ontem no ginásio do Clube de Campo de Piracicaba, teve um fato especial. Ela foi arbitrada por dois árbitros. Até aí, nada de mais, mas eles tinham algo em comum: eram pais e filhos. E mais uma curiosidade, desta vez, não foi o pai que influenciou o filho a começar na carreira, e sim, o filho que após dois anos arbitrando, chamou o pai para fazer o curso e começar a arbitrar.
Para quem pensa que neste relacionamento dá briga, engana-se, pois nesta parceria, pai e filho são amigos e se ajudam no trabalho, como aconteceu neste jogo, na final da categoria Junior do II Aberto de Jovens do Brasil.
Avelino, 26 anos, é estudante de educação física e trabalha há quatro anos como árbitro. Nesse tempo, já participou de vários eventos realizados pela Confederação, como Copas Brasil e seletivas, e alguns internacionais como II Parapanamericano; Jogos Sul-Americanos 2002; Jogos da Juventude, e Brazilian Open.
Ivam, 53, possui um café no espaço da FUNARTE em São Paulo, e também trabalha como árbitro pela Federação Paulista e pela Confederação Brasileira de Tênis de Mesa.
A companhia do filho ajuda a matar a saudade da família durante os longos dias de viagem. "A gente não sente tanto por que tenho um filho junto. E profissionalmente, enriquece muito. Pois eu confio nele, tenho meu filho como um ídolo". O orgulho é grande e transparece nas palavras do pai: "Eu me espelho nele. Para mim, ele é o melhor árbitro do mundo".
Mas durante os jogos, o trabalho é feito em conjunto. Como aconteceu no último jogo que arbitraram. "O jogo foi tranqüilo, os próprios jogadores conduziram. Para mim foi a melhor partida do campeonato, primeiro por que era a final, com os melhores jogadores, segundo, por que estava com meu filho", afirma Ivam.
Perguntado se durante os jogos podem haver discordâncias, Ivam afirma: "Quando tenho alguma dúvida, olho para Avelino, e já sei a resposta".
Avelino conta que seu grande sonho é trabalhar nessa área e poder conciliar profissão e lazer. Pois para ele, arbitragem é também um hobby. "Meu sonho é chegar a árbitro internacional e ir aos jogos olímpicos, mas também gostaria de trabalhar nisso, pois algumas vezes é difícil conciliar trabalho e arbitragem, por causa dos jogos seguidos".