Por CBTM
Para dois mesa-tenistas, o Aberto do Brasil está sendo um divisor de águas. Pela primeira vez, o evento está recebendo atletas para-olímpicos na competição e os brasileiros Edmilson Pinheiros e William Almeida buscam muito mais do que a vitória. Portadores de deficiência física, os dois querem mostra que nada é impossível quando a vontade de se superar a cada dia existe.
"O resultado é o que menos importa. O que vale é a experiência de competir com os outros atletas. Na Europa é comum a presença de jogadores com qualquer tipo de deficiência nas competições. Queremos mostrar que somos capazes", diz Edmilson, que tem no currículo duas participações em mundiais e título do Aberto da Argentina de 2004.
Aos 28 anos, o paulista de Cruzeiro, sonha com novos títulos
"A ITTF e o IPTTC estão juntando as duas modalidades. Isso é fantástico e espero que nos ajude a representar nosso país melhor nas competições para-olímpicas, principalmente os Jogos. Não consegui a classificação para os Jogos de Atenas, mas já quero conseguir no mês que vem a vaga para o Mundial da Suíça, em 2006. Teremos um torneio na Argentina e espero conseguir um grande resultado" afirma o jogador, líder do ranking brasileiro e 19º no ranking mundial.
Dez anos mais jovem, William começou a jogar tênis de mesa em 1998. O paranaense, que não possui o antebraço esquerdo, tem até uma parceira de jogo em casa
"Minha mãe tem a mesma deficiência que eu e quando a vi jogando me animei. São três anos de dedicação total ao tênis de mesa e só de estar aqui jogando com os melhores do mundo é uma experiência única"
Edmilson espera que atitudes como a dele e a de William tragam novos atletas para o esporte:
"Nosso objetivo é passar uma mensagem para quem está em casa numa cadeira de rodas ou tem uma deficiência achando que a vida acabou. Isso não é verdade"
Para o presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, Alaor Gaspar Azevedo, o trabalho agora visa à realização de uma etapa do Circuito Para-olímpico no Brasil.
"Queremos usar a estrutura de um evento como esse para o circuito para-olímpico. É de total interesse da CBTM realizar essa competição, já que para a classificarmos um atleta para os Jogos Para-olímpicos é preciso que eles disputem torneios, pois o critério de classificação é pelo ranqueamento. Talvez em 2006 já seja possível realizar a etapa brasileira para-olímpica", comenta Alaor.