O brasileiro Hugo Calderano, número 3 do ranking da Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF), entrou na Lusail Sports Arena, em Doha (Catar), neste domingo (25), com uma missão gigantesca: unificar os títulos da Copa do Mundo e do Campeonato Mundial de Tênis de Mesa.
Infelizmente, o título mundial ainda não veio: o brasileiro foi superado na final pelo chinês Wang Chuqin, número 2 do ranking da ITTF, por 4 sets a 1, com parciais de 12/10, 10/3, 4/11, 11/2 e 11/7.
Ainda sem o sonhado ouro, a campanha é fantástica e histórica: a prata conquistada por Hugo Calderano é o melhor resultado do Brasil na história da competição, que é disputada desde 1926. Em abril, o brasileiro levou o país ao lugar mais alto do pódio na Copa do Mundo, em Macau (China), outro resultado inédito para o Brasil. Com as conquistas, ele se firma como maior mesa-tenista de fora da Ásia e da Europa no mundo.
A medalha de prata no Mundial foi celebrada pelo brasileiro, que ressaltou o alto nível do tênis de mesa disputado atualmente e a importância por fazer parte dos melhores desta geração.
"Foi uma semana incrível, eu estava vindo de um título da Copa do Mundo, jogando bem, sabia que seria um grande desafio manter essa forma aqui nesse Mundial, porque o nível do mundo do tênis de mesa é muito alto, temos jogadores de altíssimo nível. Estou muito orgulhoso de conseguir mais uma vez jogar nesse nível e espero continuar evoluindo cada vez mais", afirma Hugo Calderano.
Para ele, o cansaço físico ocasionado pela sequência de jogos foi um fator determinante para o desempenho na final.
"Claramente eu não consegui propor o meu melhor hoje, com certeza faltou perna, faltou físico, acho que o jogo de ontem me esgotou", avalia o brasileiro, lembrando da vitória sobre o chinês Liang Jingkun, quinto do ranking, na semifinal.
Na final, a oportunidade de fechar a primeira parcial poderia ter mudado a história da partida, mas mesmo assim o brasileiro considera que teria sido uma disputa difícil.
"Se eu tivesse conseguido ganhar o primeiro set, poderia ter sido um pouco diferente, mas de qualquer jeito o jogo seria muito longo, eu acho que eu não estava com condições hoje de ganhar de um cara desse nível. Ele jogou em um nível altíssimo do início ao fim", ressalta Calderano.
O jogo
O jogo começou com uma disputa acirrada, o primeiro saque foi do chinês Wang Chuqin, que confirmou o ponto e se manteve à frente do placar, abrindo três pontos na metade do set, 6 a 3. O brasileiro Hugo Calderano reagiu e conseguiu virar o placar em 10 a 7, mas não concluiu nenhum dos três matches points, permitindo a reação do chinês, que fechou a parcial por 12 a 10.
No início do segundo set, o brasileiro chegou a abrir 2 a 0, mas depois o chinês impôs um ritmo forte na partida, marcando 10 pontos consecutivos e fechando a parcial por 10 a 3.
A terceira parcial parceria marcar a reação do brasileiro na partida, que iniciou o set confirmando o ponto, viu o chinês esboçar uma reação, mas conseguiu abrir sete pontos de vantagem no placar, com uma postura mais agressiva no jogo, aproveitando os erros não forçados do chinês e fechando a parcial em 11 a 4.
Contando com o apoio da torcida em Doha, o chinês Wang Chuqin impôs mais uma vez um ritmo forte no quarto set. Apesar de ver o adversário abrir uma sequência de pontos, o brasileiro esboçou uma reação, mas não conseguiu superar o chinês, que fechou o set em 11 a 2.
A quinta parcial foi a mais acirrada da partida, com pontos bastante disputados entre os dois atletas. O chinês esteve à frente do placar durante toda a parcial e contando com o apoio da torcida na Lusail Sports Arena fechou o set por 11 a 7 e a partida por 4 sets a 1.