Valesca Maranhão de olho no seu atleta Gabriel durante o Para Challenger (Foto: Dhavid Normando/CBTM)
No World Para Challenger, realizado em São Paulo, na última semana, a líder do ranking nacional feminino Absoluto A estava na competição como técnica. Após a mais recente conquista, no Sul-Americano Master, Valesca Maranhão foi ao torneio acompanhando seu atleta, Gabriel Mataruna.
A craque, que já foi treinadora de Hugo Calderano, campeão da Copa do Mundo neste mês de abril, conta que desistiu da aposentadoria após atuar como comentarista nas Olimpíadas de Tóquio e voltou a competir depois de sete anos.
"Vendo os jogadores, feliz com a performance deles, torcendo, o coração bateu e eu resolvi voltar a jogar", disse Valesca, que contou um pouco mais sobre esse momento especial na carreira.
"Para mim está sendo uma experiência muito legal. Transitar do mundo olímpico para o paralímpico, sendo técnica do Gabriel, e ao mesmo tempo como atleta ainda e jogando na categoria mais forte do Brasil. A gente começou um trabalho (de treinar o Gabriel) tem sete meses, ainda sou uma embriã no paralímpico de cadeirante. Já treinei a Sophia Kelmer, mas ela é andante. Com o Gabriel é uma experiência nova. Agora estou full time com ele, estou feliz pela experiência, ele vem evoluindo muito. E não posso deixar de agradecer à prefeitura de Niterói, que nos apoia incondicionalmente", disse Valesca, seguida por Mataruna. O atleta foi tetracampeão universitário, campeão brasileiro em 2020 e campeão parapanamericano em 2018 e entrou quase que por acaso no mundo do tênis de mesa.
"Eu jogava tênis em cadeira de rodas e fiquei sabendo que teria o primeiro Campeonato Brasileiro Universitário. Fui me inscrever na competição, ainda jogava tênis de quadra, procurei tênis em cadeira de rodas e não tinha. Olhei tênis de mesa, e pensei: 'raquete, bolinha, quando era andante já tinha tido contato com ping-pong...', e me inscrevi. De lá para cá, me apaixonei. Voltei da competição campeão brasileiro universitário e muito empolgado para conhecer mais o esporte, me federar, procurar lugar para treinar. Hoje eu treino na AABB, em um projeto apoiado pela Prefeitura de Niterói, que nos dá condição de disputar algumas etapas pelo Brasil e, agora, se Deus quiser, pelo mundo afora", concluiu.